Desde o ano passado temos recebidos inúmeras reclamações na Câmara Municipal a respeito da constante falta de água nos bairros altos de Paraguaçu – Colina São Marcos, Nova Paraguaçu e Costa do Sol. Em fevereiro deste ano as reclamações se intensificaram. Atento à esta questão, apresentei um projeto de resolução que, aprovado por unanimidade, criou uma Comissão para acompanharmos esta situação. Por ser autor da idéia, fui nomeado presidente da Comissão, que também e composta pelos vereadores Cidão e Divino.
Primeiramente, questionamos a Coságua, que apresentou um plano com três ações que seriam tomadas para resolver este problema: 1º Dimensionamento, aquisição e montagem de um conjunto moto-bomba para elevatória da Colina, medida que já foi tomada; 2º Construção de uma nova rede adutora, da elevatória até o reservatório no alto da Colina, para reforçar o abastecimento, obra que está em execução; e 3º Construção de um novo reservatório, de 500 mil litros, no ponto mais alto do Jardim dos Ipês, visando aumentar a capacidade de reservação naquela região. Este último é o mais complexo de ser resolvido. Pelo contrato existente, a Prefeitura deve fornecer à Coságua todos os espaços necessários para que ela construa suas benfeitorias, uma vez que, ao findar do contrato, estas serão de propriedade do município.
Para acompanharmos a execução destas propostas, nos reunimos com os representantes da concessionária de água e esgoto. Fomos informados que desde fevereiro de 2010 a Coságua vem solicitando ao Executivo a cessão do terreno para a construção do reservatório, porém, ainda não haviam sido atendidos.
Como a questão que emperrava toda a situação era o terreno, nos reunimos com o Secretário de Administração da Prefeitura Municipal, com o intuito de conseguirmos a liberação do mesmo. Dois terrenos foram oferecidos no Jardim dos Ipês. Procurada, a Coságua nos respondeu que estes serviriam para construir o tão propalado reservatório.
Entretanto meses se passaram e o problema se alastrou com um fator agravante. Constatamos que a falta de água também era ocasionada pela falta de energia no bairro, uma vez que esta impedia o funcionamento dos equipamentos da Coságua. Agora, a CEMIG também deveria ser questionada sobre este fato. Entramos em contato via telefone com representantes da estatal, porém, com poucos resultados.
Desta forma, nos vimos obrigados a apelar ao Promotor de Justiça. Fomos muito bem recebidos e o representante do Ministério Público se mostrou muito sensível à nossa causa. Porém, sugeriu uma idéia: para evitar o prolongamento da questão na justiça, seria interessante realizarmos uma reunião ampliada com todos os envolvidos a fim de termos uma solução definitiva para estes problemas. Caso não conseguíssemos, aí sim seríamos obrigados a procurar o Tribunal de Justiça.
Na tarde do dia 07 de novembro a reunião foi realizada. Com a presença de representantes da Câmara, Prefeitura, Ministério Público, CEMIG e Coságua saímos da reunião com definições bastante positivas. A Prefeitura se disponibilizou a negociar a aquisição do terreno e cedê-lo para a Coságua até o início do próximo ano. De imediato, tentariam uma autorização do proprietário para uma análise técnica do terreno. A Coságua se comprometeu, assim que receber esta autorização, a providenciar as análises técnicas necessárias. E tão logo receba o imóvel, dará início a construção do reservatório. A CEMIG se comprometeu, num prazo de 40 dias, a realizar uma manutenção no sistema de energia no bairro. E nós, da Câmara, em parceria com o Ministério Público, estaremos de olho, atentos e fiscalizando.
Isto é prova de que o compromisso com as causas populares, aliado ao diálogo, imprescindível à construção política, pode dar resultados. Neste quesito, nós estamos cumprindo nosso papel. Antes, porém, a luta ainda continuará e terá novos capítulos.
*Professor de História e Vereador pelo PT de Paraguaçu
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